Agricultura

Você também viu essa notícia? “Adubação em dobro não garante maior produtividade”

By Shojiki Coaching em Agricultura e Pecuária

March 05, 2018

Algumas vezes lemos notícias ou ficamos sabendo de pesquisas que nos fazem pensar: mas porque fizeram isso? Este é um desses casos!

A notícia começa com “pesquisa (…) mostra que, em solos férteis, aumentar o uso de fertilizantes pode não ter impacto significativo na produção” e continua com “Dobrar a adubação no solo não é sinônimo de maior produtividade para a soja – mesmo quando se coloca um número de plantas maior do que o recomendado”.

Vamos começar analisando e discutindo só esse trecho:

  1. Por que você haveria de “aumentar” o uso de fertilizantes para aumentar a produção de forma significativa num solo já fértil?
  2. De onde vem a premissa de que “dobrar a adubação” seria sinônimo de maior produtividade
  3. Por que colocar um número de plantas maior que o recomendado?

Se você parar para analisar só estes 3 questionamentos já perceberá que não há o menor sentindo dentro das teorias agronômicas.

  1. A planta não irá consumir mais fertilizante do que ela de fato precisa
  2. O excesso de determinados elementos pode impactar na disponibilidade de outros nutrientes e no próprio balanço nutricional da planta, podendo resultar inclusive em queda de produtividade
  3. Uma quantidade de plantas ‘maior do que o recomendado’ implicará mudanças no ambiente produtivo não só no que diz respeito a fertilizantes, mas principalmente na fotossíntese, já que as plantas também irão competir pela luz solar estando mais próximas umas das outras.

O que mais nos preocupa, como uma empresa de consultoria agronômica focada em fertilidade de solo e nutrição de plantas está ainda mais a frente na notícia.

  1. “A adubação padrão empregada foi de 70 kg/ha de pentóxido de fósforo, 150 kg/ha de óxido de potássio, 42 kg/ha de enxofre e 1 kg/ha de boro. No segundo caso, foi utilizado o dobro desses valores, além de fertilizante foliar completo.”
  2. “A rentabilidade extra não paga os custos com os insumos”
  3. “o investimento maior sempre tem um benefício: a manutenção ou melhora das condições do solo”. Você está fazendo uma poupança. Vamos supor que os fertilizantes fiquem muito mais caros no ano que vem, essa pessoa que fez “o dobro de adubação poderia reduzir ou até não aplicar o fertilizante neste talhão?”.

Note que em nenhum momento a noticia fala de diagnóstico ou avaliação das condições da fertilidade e nutrição. Dizem apenas que o solo é fértil, mas não falam dos resultados das análises químicas e sequer falam de avaliação nutricional da planta, através da diagnose foliar.

A adubação aparentemente foi realizada seguindo tabelas de recomendação, sem diagnóstico e, portanto, sem avaliar adequadamente o estoque de nutrientes no solo.

A afirmação de que a ‘rentabilidade extra’ não paga os ‘custos com os insumos’ é que torna os produtores tão reticentes ao uso de novas tecnologias! E acabam limitando a produtividade por falta de diagnóstico e adubação eficiente.

Afirmar que o investimento maior em adubação (SEM DIAGNÓSTICO) sempre tem como benefício a manutenção ou melhora das condições do solo também é um erro. Afinal, o desequilíbrio irá impactar na disponibilidade destes nutrientes na solução do solo, além de pré dispor o sistema a uma contaminação do meio ambiente, uma vez que a maioria destes fertilizantes são solúveis e podem percolar ou lixiviar contaminando recursos hídricos regionais.

A melhor economia que o produtor pode fazer, mesmo quando há aumento no preço dos fertilizantes, é fazer o planejamento da adubação para o seu sistema de produção, com base em diagnósticos como a análise de solo e análise foliar.

Só desta forma o produtor irá encontrar a tão esperada rentabilidade extra! Extraindo o máximo potencial produtivo do cultivar com o uso racional dos insumos, mantendo o balanço nutricional adequado e preservando a sustentabilidade local.

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