Shojiki Coaching em Agricultura e Pecuária

Quer aumentar a lotação e produção de carne e leite por hectare? Cuide do pasto como se fosse soja!

Muitos pecuaristas nos procuram para saber como aumentar a lotação, garantir bom ganho de peso (ou aumentar a produção leiteira) e tratar o boi à pasto durante o ano todo. A resposta é simples! Cuide do pasto como se ele fosse uma plantação de soja (ou milho, café, etc).

Em recente entrevista o Dr. Silas Carneiro, especialista em plantas forrageiras e pastagens, destacou que “Planta e animal não respondem à quantidade de adubo pela quantidade de adubo. Não respondem ao tipo de suplemento pelo tipo de suplemento. Fertilizante, irrigação, são formas de você propiciar, à planta no campo, ser mantida numa determinada condição, determinada altura, determinada estrutura, porque é essa altura, é essa estrutura que determina quanto a planta cresce, de que jeito ela cresce, que tipo de componente ela acumula… Essas características determinam quanto o animal come, como ele consome, qual é a ingestão de nutrientes que ele tem, que é o que acaba determinando o quanto de desempenho ele vai obter. Adubação, irrigação, suplementação, conservação, são todos meios ou ferramentas de que o técnico dispõe para poder implementar, manter ou ajustar a forma como o pasto fica na área. É uma combinação de fatores de produção que deveria ter como lógica gerar uma condição de pasto ótima para atender o objetivo que o produtor tem de produção.”

Um exemplo disto é o caso do nosso cliente de Itaquiraí (MS), da Agropecuária JT (Fazenda Meio Século), nesta propriedade está sendo utilizado o A2P (Agricultura de Alta Performance) para fazer todo o monitoramento da fertilidade do solo e nutrição de plantas na pastagem. Veja como está a disponibilidade de pasto no mês de junho/2018. Não parece um pasto da época das águas?

Agropecuária JT – Fazenda Meio Século – Itaquiraí/MS – Junho/2018

Agropecuária JT – Fazenda Meio Século – Itaquiraí/MS – Junho/2018

Agropecuária JT – Fazenda Meio Século – Itaquiraí/MS – Junho/2018

O Dr. Silas no entanto faz um alerta importante, quando você muda a forma de manejar a pastagem, e ela começa a se desenvolver num ritmo próprio, um ritmo de lavoura, o método tradicional de rotacionar os piquetes de forma cronológica deixa de funcionar. Você precisa pensar agora em organizar a ‘colheita’: “Você tira o animal do pasto para ele crescer na ausência dos animais”, e isso quer dizer que você tem a obrigação de saber a hora de trazer os animais de volta, e quem diz que está na hora de trazer de volta não é o calendário, é a própria planta! Existem indicadores de campo que dizem pra você: “Tá na hora de pôr”. O que eu costumo dizer pro produtor é: “Seu pasto fala com você. Você escuta?” A gente precisa aprender a linguagem do pasto.”

Ele ainda complementa:

“Se você pegar um pasto mal manejado e trabalhar ele no ponto certo de colheita, você pode esperar um incremento de produção de leite por vaca por dia da ordem de 20% a 30%. Isso vem não de adubação, não de suplementação, vem simplesmente de pôr a vaca no pasto na hora certa. Se você pensar em taxa de lotação, o seu ganho é da ordem de 40% a 50% a mais de animais por hectare. “Mas como pode colocar um animal num pasto mais baixo, teoricamente com menor produção, como é que vai caber mais animais?”Vai, porque você vai desperdiçar menos.

A redução das perdas é da ordem de 75%. Você não precisa roçar. A necessidade de repasse praticamente desaparece. Então, quando você associa o ganho de lotação e o ganho de produção por animal nós estamos falando de um incremento de produtividade – quilos de leite por hectare por dia – da ordem de 40% a 50%. Isso é ganho que tá na mão do produtor! Não é negar o benefício da adubação. Ela é necessária, irrigação também. Todos os insumos são muito bons, desde que sejam usados no contexto em que você colhe a forragem do pasto em primeiro lugar. Para eu dobrar a produtividade de uma fazenda hoje, na maior parte das vezes não preciso lançar mão de R$ 1 em insumo adicional. Basta colher bem a forragem. Em colhendo bem, aí sim, use e abuse do fertilizante nitrogenado, de irrigação, de genética, de suplementação, porque para cada real investido nisso, por você assegurar a colheita bem-feita, o retorno é sempre muito alto.

Na agricultura, a diferença entre a quantidade de conhecimento disponível em relação ao que é realizado no campo hoje, é muito pequena. O agricultor brasileiro é muito eficiente, ele entende o benefício do uso do conhecimento e da técnica. Não é à toa que o Brasil é líder mundial nisso. Em contrapartida, o pecuarista nacional é extremamente tradicionalista. Existe conhecimento, nós estamos conversando sobre ele, mas a realidade na média geral do país fica longe disso. E a distância é a dificuldade que o indivíduo tem de usar essa informação, a resistência que existe.

Por tradição, pelo conceito de que pasto é aquela coisa barata que cresce verde e que está sempre lá, que não pode ser adubado porque fica caro… Serviços que favorecem a chegada dessa informação de uma maneira mais fácil para o produtor, como o exemplo do Educampo, são importantes. Goiás tem programas dessa natureza, Mato Grosso também. Algumas empresas particulares que trabalham com insumos passaram a levar a informação, para a fidelização de cliente. Mas na média o problema é grande porque, primeiro, o indivíduo tem uma consciência muito errada do que é produzir animal a pasto. Pasto, se for comparar com qualquer outra cultura agrícola, é muito mais exigente. Em termos de manejo e em termos de fertilidade. Uma cultura agrícola é planejada para gerar um grão, um cereal ou um fruto, e esse grão ou cereal ou fruto requer enchimento, que vem do que a planta produz enquanto ela cresce. Para isso ela tem que ter bastante folha pra fazer fotossíntese e exportar isso pro fruto.

Qualquer praga que prejudique a área foliar da planta, que comprometa a fotossíntese e a produção para encher o grão, precisa ser eliminada. E a agricultura faz isso. Ela mata a praga para favorecer a cultura. O pasto é uma planta que, primeiro, não é de um ciclo só. Ela é perene. Então ela tem que ser colhida, recolhida, recolhida, recolhida, indefinidamente, porque é perene. Já começa aí o processo.

Segundo, é uma cultura que é colhida pela própria praga. A principal praga do pasto é o boi, ou é a vaca. Quem é que vai sair matando boi e vaca para manter a perenização da pastagem? A praga tem que ser muito beneficiada para produzir muito leite e carne sem matar a cultura. É como chegar prum produtor de algodão e dizer que ele tem que produzir muita pluma de algodão e caminhões e caminhões de bicudo!

Se você levar pro lado da formação, qualquer cereal tem uma semente que é enorme relativamente ao tamanho da semente de uma planta forrageira. E tamanho de semente, basicamente, é a quantidade de reserva que a semente tem. Uma planta de milho, de feijão, de arroz que germina tem uma quantidade de reserva, enquanto ela não faz folha e não é auto-suficiente, muito maior do que uma planta que vem de uma semente de forrageira. Qualquer déficit hídrico, qualquer limitação de nutrientes que atrase o crescimento dessa planta é muito mais severo. Então, os cuidados de instalação e manutenção da forrageira são muito maiores.

Uma planta que é predada constantemente, que tem que se renovar o tempo inteiro como é o pasto… Nutriente não cai do céu. Ele é retirado do solo. O cara da agricultura entende isso e fertiliza, corrige o solo, faz adubação de manutenção, e o pecuarista acha que o pasto não pode ser adubado porque se adubar fica caro! Que o pasto tem que produzir a vida inteira e o animal tem que comer e ficar gordo, produzir muito leite! O cara que faz isso, infelizmente, não encara a atividade dele como profissional.

O indivíduo que tem um olho aberto passa a valorizar a planta, entende que a base de alimentação dos animais para o sistema dele é o pasto, e portanto precisa cuidar bem do pasto. Tanto que o melhor pecuarista hoje não é o pecuarista tradicional. É o agricultor que entendeu a necessidade da rotação de culturas e trouxe, além de outras culturas de rotação, o pasto como forma de auxiliar a qualidade do solo. E esse indivíduo leva pra pecuária a cultura de manejo, a cultura de agricultura que ele tem. Quer saber qual é a demanda do animal, qual é o requerimento da planta, e ele fornece.”

Quer mudar de patamar? Quer ser a nova geração de pecuaristas que entende o valor da fertilidade do solo e da nutrição de plantas para aumentar a qualidade e o rendimento das pastagens? Fale com nossos Engenheiros Agrônomos e faça como a Fazenda Meio Século!