Pecuária

Pecuária: a segurança de uma boa safra!

By Luciane Stahl

November 22, 2019

Nosso cliente da Agropecuária JT – Fazenda Meio Século localizada em Itaquiraí – MS, compreendeu que a atividade pecuária exige um trabalho de agricultor! É isso mesmo! Para garantir a lotação e um bom ganho de peso (ou aumentar a produção leiteira) e tratar o rebanho à pasto o ano todo é preciso se dedicar ao pasto como um agricultor se dedica à soja, ao milho, café, trigo, etc.

Começamos um trabalho na Fazenda Meio Século em Itaquiraí/MS em 2016, onde foi nos dado um desafio de obter um ganho de peso médio de 1000kg/ha/ano durante todo o ciclo pecuário.

Vale ressaltar que a Fazenda Meio Século atua com integração lavoura-pecuária, sendo que o proprietário arrenda as áreas para lavoura após 3 anos de pecuária. Durante o ciclo pecuário o cliente relatou uma perda de produtividade na ordem de 20-30% no ganho de peso acumulado/ano, fazendo com que a meta dos 1000kg/ha/ano média do ciclo pecuário fique comprometido. Utilizando modernas ferramentas de diagnósticos e nossa expertise em nutrição e fisiologia de gramíneas identificamos que a queda da produtividade pecuária era ocasionada pela falta dos macronutrientes (Cálcio ,Magnésio e Enxofre) em suas áreas.

A partir deste diagnóstico, e pensando na maior rentabilidade do cliente no curto, médio e longo prazo, sugerimos a implantação do A2P (Agricultura de Alta Performance) numa nova área, desta vez que estava voltando da lavoura para a pecuária. Esta área foi implantada no primeiro trimestre de 2018.  Em Junho de 2018, em pleno período de secas, o pasto está vigoroso, como mostra a foto abaixo.

Agropecuária JT – Fazenda Meio Século – Itaquiraí/MS – Junho/2018

 

Mediante os diagnósticos foram feitas as correções com o PHP Mix, que garante a correção da acidez e a restituição personalizada dos macronutrientes cálcio e magnésio aos níveis ideais de fertilidade desta área, em uma única aplicação, conforme nossa recomendação e planejamento (dosagens e tempo de reação).

Durante o manejo, desta primeira safra 18/19, através do diagnóstico foliar foi identificada a deficiência de Manganês em uma das zonas de manejo e Boro em duas outras zonas de manejo, por esse motivo o pecuarista optou pela aplicação aérea desses 2 micronutrientes nas zonas de manejo indicadas. Veja algumas fotos do processo.

 

Acompanhando este histórico notamos que em nenhum momento, nestes quase 3 anos de trabalho, foi necessária a aplicação de fertilizantes nitrogenados, sempre recomendados quando se pensa em pecuária de altas produtividades.

Além de garantir uma excelente qualidade da forrageira disponível para os animais durante essa primeira safra, mesmo com as situações climáticas adversas, o custo com fertilizantes foi reduzido.

Outro ponto que devemos salientar neste caso é a questão climática que afetou muito a região e o desempenho do pasto, além da seca e altas temperaturas na época das águas, tivemos um outono-inverno bastante frio e seco, com ocorrência de geadas de forte intensidade e seca prolongada após as geadas.

Quando comparado com a média histórica da região, o volume de chuvas entre dezembro de 2018 e maio de 2019 foi 334mm menor do que a média histórica, o que equivale a praticamente 2 meses sem chuvas num período de 6 meses.

Veja o gráfico comparativo entre a média histórica de chuvas e os volumes registrados entre os meses de dezembro de 2018 e maio de 2019.

 

Considerando-se ainda que tivemos temperaturas médias muito mais elevadas que a média histórica como mostra o gráfico abaixo:

Outra informação relevante é o número de dias sem chuva em cada mês neste período:

Isso reforça a importância de um bom manejo do solo, para que as plantas consigam se desenvolver mesmo diante de forte estiagem e intenso calor na época das águas e da geada e seca no outono/inverno. Ou seja, tivemos nesta durante o primeiro ciclo de pastejo todos fatores climáticos jogando contra o melhor desenvolvimento da pastagem.

Fazendo um comparativo com a cultura da soja, tivemos um ganho de peso vivo de 638kg por hectare no período compreendido entre os dias 25/09/18 à 31/03/2019 (período do ciclo da soja). Esse ganho nos proporcionou uma renda bruta no período de aproximadamente R$3.400,00 por hectare, o que equivaleria a uma produtividade de média de 56,66 sacas de soja por hectare (considerando valor da saca de soja líquido de R$60,00). Como todos nós sabemos a safra de soja 18/19 na região de Itaquiraí-MS foi severamente prejudicada pela seca, onde dificilmente tivemos produtividades médias acima dos 40 sc/ha.

“Este resultado que tivemos com a pecuária à pasto na fazenda meio século em um ano extremamente seco e complicado para a agricultura e pecuária do sul do estado do Mato Grosso do Sul, vem nos mostrar que a atividade pecuária quando bem planejada e executada é uma atividade que pode trazer estabilidade e segurança financeira para os produtores da região, principalmente em anos de clima complicados como estamos vivendo. Temos que fazer um planejamento das nossas atividades agropecuárias porteira à dentro e preparar nossos clientes para ganharem dinheiro principalmente nas épocas difíceis seja com a lavoura ou a pecuária. Hoje estamos preparados para atingir esses objetivos” (Cleber M. Tutida – Diretor Shojiki Coaching em Agrícultura e Pecuária).

Além dos resultados técnicos e econômicos da pecuária, nosso manejo está melhorando as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Fixamos mais carbono ao solo aumentando seu teor de matéria orgânica, assim diminuímos a emissão dos gases do efeito estufa, bem como a utilização dos adubos nitrogenados que sequer foram utilizados nesta safra!